Final Fantasy Tactics


"Po Evans! Mais uma review de um Final Fantasy?", sim estou trazendo outra review de um Final Fantasy, não me encha o saco com isso. Ah, Final Fantasy Tactics, simplesmente um dos melhores RPG's táticos que já existiram e um dos meus jogos preferidos. Poucos devem ter jogado, já que ele foi lançado em 1997, o alvoroço gamer naquela época estava mais ligado em Final Fantasy VII, logo, não recebeu sua merecida atenção. E o que é mais triste, é que Tactics é ainda melhor que  FFVII por muitos motivos técnicos ou não, sendo considerados por muitos fãs o melhor FF. Eu, por outro lado, acredito que o melhor seja o VI, é claro, mas, Tactics não fica muito atrás. Tive a liberdade de pegá-lo para jogar até o fim nesses últimos dias, joguei duas vezes e foram uma daquelas poucas vezes em que eu abro um sorriso ao zerar um jogo tão cativante, o quê é muito raro pra falar a verdade. Então sim, eu adorei jogar FFT e ele se saiu muito melhor do que eu esperava no final das contas.  

É, estou deixando completamente na cara a qualidade deste jogo, mas, danem-se, vou falar mesmo que ele é bom antes de iniciar esta review. 

Eu estava com um pé atrás para jogar esse jogo pra falar a verdade. Já que eu joguei Final Fantasy Tactics Advance de GBA... Que não foi das melhores experiências, certo? Lembram lá no início de 2014 quando este blog tinha só umas 5 ou 4 reviews? Pois é, já faz um bom tempo desde que eu era um péssimo escritor. Enfim, graças a god of war hoje as coisas melhoraram e eu acabei me interessando muito em Final Fantasy Tactics de Playstation 1, apesar de sempre me lembrar do Tactics Advance quando se referiam à ele, ao mesmo tempo eu só ouvia elogios e nunca vi alguém criticar esse jogo. Seria só mera coincidência ? Eu acho que não. Tá certo que Final Fantasy Tactics Advance não era um RPG tático incrível nem nada, era bom e decente, tinha seus méritos, mas, por ser o segundo título de uma sub-série eu imaginei que o jogo fosse melhor que seu antecessor (o FFT), como é a maioria dos casos. Felizmente, com exceção à outros, algumas vezes o primeiro título da série é uma obra prima invencível, porque né? Acho impossível a Square-Enix, na situação em que se encontra, conseguir superar este grande clássico feito por ela mesma. Sabe aquele recorde estranho que você bate em um jogo de corrida e depois não sabe como diabos fez aquilo e não consegue mais se superar? Então, Final Fantasy Tactics é o recorde da Square-Enix, ela deve entender muito bem esse infeliz sentimento. A Capcom e a Sega também... 

E a parte engraçada é que nem foram os grandes gênios da Square que trabalharam na produção deste título, e sim, uma galera que tinha acabado de sair de uma outra divisão de jogos, a Quest. Então, se você é super fã dos jogos que foram feitos por Hironobu Sakaguchi como diretor, Nobuo Uematsu como compositor e Testsuya Nomura com sua arte, Final Fantasy Tactics pode te deixar um pouco decepcionado. Enquanto a Square privou seus melhores artistas, ela resolveu confiar no pessoal todo da Quest, que já tinham produzido dois jogos de RPG tático para SNES. "Ogre Battle" é considerado o pai e a raíz de Final Fantasy Tactics, ambos sendo ótimos RPG's táticos. Apesar de tudo, as coisas ficam ainda mais engraçadas quando os próprios que desenvolveram Tactics conseguem resgatar a identidade clássica da série, que tinha começado a se alterar em Final Fantasy VI. Sim, qualquer um pode notar muitas coisas se compararmos o primeiro FF com o sétimo ou o oitavo, os cenários deixam de ser medievais e passam a ser futurísticos, os personagens também ficam mais... Bom, esse estilo artístico aí de Nomura, etc. Assim como muitos gostavam dos clássicos, o andar disso tudo ocorreu principalmente quando Sakaguchi deixou de dirigir os FF's em Final Fantasy V, rebaixando-se para produtor. A identidade clássica da série só voltou na série principal em Final Fantasy IX, último jogo em que Hironobu Sakaguchi trabalhou... 

Não querendo sair do assunto depois desse texto todo gasto falando da situação da série, Final Fantasy Tactics, mesmo sendo feito por novatos da Square, conseguiu se adequar bem a franquia e ganhou forte reconhecimento, só foi uma pena que as suas duas continuações não honraram tanto seu nome, alterando muitas coisas que já estavam ótimas no jogo original, mas, mesmo assim ainda se consistem, de um jeito ou de outro, sem conseguirem trazer a mesma diversão que o original traz. De qualquer forma eu adorei este jogo e vou dar as minhas explicações nessa review. 

Quem foram os abençoados roteiristas deste jogo? 


Essa é uma daquelas histórias grandes que há um extenso passado influenciando o quê ocorre no presente. Mas, não se preocupem, vou explicar direitinho todas as mil e uma tretas que rolam nesse jogo, tentando, é claro, não dar muitos spoilers. 

Há um tempo, eclodiu uma guerra no vasto reino de Ivalice, cuja durou 50 anos. A "Guerra dos 50 Anos" ocorreu devido a questões territoriais e conflitos de pequenas regiões entre o reino de Ivalice e o reino de Ordalia. Ivalice tinha duas frentes militares, os "Hokuten Knights" liderados por Balbanes Beoulve e os "Nanten Knights" liderados por Cidolfas Orlandu. Após muitas batalhas e até a inclusão de um terceiro reino da guerra (Romanda), Ivalice se encontrou em uma situação crítica, sendo quase obrigada a ter que se render a Ordalia. Porém, graças as forças militares de Balbanes e Orlandu, Ivalice e Ordalia assinam uma paz mútua. Durante a guerra, muitas doenças e ataques ocorrem aos plebeus, entre eles um casal de fazendeiros que morrem deixando seus dois filhos, Delita e Teta (não ria) órfãos. Balbanes, por ser muito sangue bom, aceita que os dois irmãos órfãos vão lá morar com ele e sua família nobre.

Balbanes tem quatro filhos, Dycedarg Beoulve, o mais velho, Zalbag Beoulve, um cavaleiro que lutou bravamente durante a guerra ao lado dos Hokuten Knights, Ramza Beoulve, um membro novato da acadêmia militar dos Hokuten Knights e também o protagonista deste jogo, e por último Alma Beoulve, a mais nova e não tão importante assim na história... Por enquanto. Enfim, Ramza e Delita crescem juntos e se tornam melhores amigosrsrsrs. Ambos estão treinando na acadêmia quando derrotam sua primeira batalhas contra uns ladrões medíocres aí. Logo após sua primeira vitória, provavelmente, Ramza foi todo feliz como uma criança contar tudo a seu paizinho Balbanes sobre sua incrível aventura hoje, até... Bem, só é uma pena que logo que o encontra descobre que o mesmo, por estar muito doente, está prestes a morrer. Antes de dar um adeus, ele diz à Ramza que para ser um Beoulve ele deve sempre por justiça acima de tudo ou algo assim. 

Tá, logo após, Ramza e Delita vão para Igros Castle, porém, no caminho dão de cara com um filho de uma... Um cara chamado Algus Sadalfas, um loirinho que está sendo encurralado por alguns membros dos Death Corps. Os Death Corps, para que fique claro, são um grupo de rebeldes que participaram da Guerra dos 50 anos como "Knights of Death" ao lado de Ivalice, mas, quando a guerra acabou eles se ferraram porque não receberam grana nenhuma como gratidão e nem conseguiram empregos, logo, inverteram de lado e se tornam então o inimigo principal da família real e da nobreza, atualmente a principal missão dos Hokuten Knights é extermina-los. Ramza e Delita salvam Algus dos rebeldes e assim trocam uma ideia. Ao saber que Ramza era um Beoulve, Algus quase tem um orgasmo e começa a implorar que o ajudem a salvar seu amigo Marquês Elmdor que foi sequestrado pelos Death Corps, eles dizem que não podem fazer muita coisa, mas, que vão levar ele ao castelo de Igros para ver o que podem resolver desse sequestro.

Mal sabiam a merda que estavam fazendo... 

Bom, se eu continuar contando a fundo e detalhadamente o quê ocorre na história daqui pra frente estarei dando muitos spoilers, então vou resumir tudo. O quê rola é que Omdolia, rei de Ivalice, morre (Sim, acostume-se a ver muita gente morrendo neste jogo), porém, o mesmo não deixou um herdeiro. Os candidatos são Orinas, seu filho de apenas um ano, e Ovelia (Outro nome estranho, não?) sua irmã mais nova. Logo, toda a nobreza, força bélica e senadores ficam divididos entre os dois futuros candidatos. Larg, irmão da recém-viúva rainha, é o tutor de Orinas e tem apoio de grande parte da família real, da nobreza e dos Hokuten Knights. Enquanto Ovelia é protegida pelo Duque Goltana, um dos senadores de Ivalice (Se não me engano), que recebe apoio de todo o resto do senado e dos Nanten Knights. Depois de muita armação, a guerra explode, ficando conhecida como "Lion War" (Recebe este nome porque o brasão dos Hokuten é representado por um leão branco, enquanto o Nanten é por um leão negro). E assim começa, mais ou menos, a história deste jogo, porém, Ramza descobre que há alguém por trás da guerra, controlando ela, fazendo com que Larg e Goltana se autodestruam (É mano, tenso mesmo). 

Antes de mais nada, sim, essa história é muito boa e tem uma narração que, apesar de ser complicada em alguns momentos, é boa de se acompanhar e tem também uma trama extensa. É interessante, pois, o enredo é completamente envolvente não só por estes motivos, mas, também por contar com um grande elenco de personagens carismáticos e muito cativantes. Cada um teve uma notória importância na história deste jogo e todos se desenvolvem com o andar da narrativa, o quê é muito bom. Eu mesmo gosto do próprio protagonista, Ramza, que não é um personagem cegado por uma convicção que nem grande parte dos protagonistas de outros jogos, ele muda completamente o modo de pensar com o andar do jogo, mas, mantém sua, digamos assim, "essência". Não é como se ele dissesse "Ah, dane-se tudo que está acontecendo á minha volta, meu pensamento é esse e pronto acabou!", ele enfrenta questões internas e se pergunta várias vezes se é correto lutar ao nome da nobreza e da família real e ignorar a injustiça com a nação pobre e indefesa, já que esse jogo também é meio que uma crítica social à corrupção. Isso é muito legal, eu mesmo gostei muito do personagem por essas questões, ele é simplesmente carismático. Só fiquei meio decepcionado com a forma como ele, querendo ou não, foi manipulado por um certo antagonista, do qual eu não posso falar se não vou dar muito spoiler. 

Outro ponto bom é que, novamente, a Square não está subestimando o conhecimento dos seus fãs, e sim apresentando uma forma de analisar fatos notórios que muitos não percebem, colocando o ponto de vista de cada personagem da história em relação à guerra e a ambição da família real. Isso é divertido, eu não me sinto uma criança jogando, sinto como se estivesse sentindo o perigo do jogo na minha frente. O que nos leva a outro ponto da narração. Como eu disse antes, vou repetir de forma mais clara, grande parte das cenas deste jogo nos rende momentos pensativos, me causaram raiva, intriga, surpresa, felicidade, entre muitos outros sentimentos que poucos jogos já me causaram. 

Os outros personagens também são legais. Gosto de Algus e sua visão sobre como os nobres vêem os plebeus como simples animais e não enxergam nenhum tipo de valor nessas pessoas. Também gostei de Miluda e a forma como ela abre os olhos de Ramza e Delita, falando da real situação da nação após a guerra. E acho que gostei também de Gafgarion e sua frase "Sem sacrifícios não há nada, não há história" e a forma como ele atua como mercenário. Porém, até agora eu não consegui entender esse amor descomunal que os fãs tem pela Agrias, quero dizer, eu sei que ela é uma cavaleira sagrada que defende a princesa Ovelia e talz, mas, e daí? O quê, afinal de contas, a faz tão incrível quanto vocês falam? Eu acho ela decente, uma personagem legal e ok, mas, nada além disso, pra quê tanta adoração. Alguns fãs eu realmente não entendo. 

Enfim, fora alguns erros irrelevantes em minoria, o enredo é muito bom, incrivelmente desenvolvido, prende a atenção de quem joga e tem muitos personagens envolventes. Esse é um daqueles poucos jogos que tem tantos personagens marcantes e uma história satisfatória, meus parabéns Square, o roteirista deste jogo deve se sentir a carne Friboi perto dos outros roteiristas que já trabalharam em algum Final Fantasy. 

Sabe aqueles filmes onde o personagem animado está no mundo real? Então...


Entenda que este sub-título foi só uma piada, não vejo isso de forma negativa na verdade. O jogo tem gráficos muito bons, como qualquer outro FF também tenha. Os personagens e seres vivos no jogo foram desenhados em um estilo 16 bits, enquanto o cenário é mais 3D, com texturas, efeitos, sombras, etc. E eu gostei bastante disso, não é que nem Ducktales: Remastered e seus desequilíbrios no cenário completamente em 3D e personagens 2D. Olhando bem, até que Final Fantasy Tactics envelheceu bem na parte gráfica, apesar de tudo, os cenários são detalhados e as texturas são mais vivas do que muitos outros jogos de Playstation 1 que vemos por aí, mesmo tendo aquele aspecto meio quadradão em vários lugares. As animações dos personagens, apesar de ainda utilizar o 16 bits, ficaram decentes o suficientes para se encaixarem nos cenários, fora que o número de animações diferentes que cada personagem faz é de impressionar. 

A arte é bem cativante, o jogo te faz passar pelos lugares mais variados, vai desde locais urbanos medievais, campos abertos, deserto, lagos, colinas, templos antigos, palácios, etc. Tem uma vasta gama de cenários alternativos, o quê é muito bom. A parte engraçada é que, como foi o pessoal da Quest que desenvolveu maior parte do jogo, não imaginava que eles fossem conseguir resgatar tão bem a identidade clássica da série. Como eu falei na introdução desta resenha, a série começou a passar por muitas mudanças com o rolar dos lançamentos, e isso tudo começou com Final Fantasy VI. 

Eu culpando FFVI por algum erro, medonho, né? 

Enfim, após o sexto jogo, os cenários passaram a ser um pouco menos medievais e mais aquela coisa que mistura idade média com futuro tecnológico, no sétimo jogo, os cenários ficaram ainda mais futurísticos e menos medievais. Sim, eu sei que alguns jogos como FFIX e FFXII conseguiram resgatar um pouco mais o ar clássico da série, mas, não antes do Tactics. O que me fez gostar ainda mais deste jogo, a arte remete perfeitamente à muitas coisas dos jogos clássicos, não são só os cenários, também falo de chocobos, jobs clássicas como Black Mage, White Mage, etc. 

Por outro lado, eu acho muito engraçado o design dos personagens deste jogo, quero dizer... 


... Por que eles não tem nariz? Por acaso eles são uma raça superior de aliens que dominaram o mundo e não precisam de nariz? Sei lá, nunca saberemos. E essas cinturinhas aí? Cara, os desenhistas deste jogo não tinha muito senso de magreza não, né? Parece que o pessoal de FFT viveu no deserto da Africa tentando sobreviver e após muito sacrifício perderam até massa celular. Bom, tirando a falta de nariz, barriga e essas mãos gigantes, os personagens tem um design bonito e único, acho que isso deve fazer parte do charme do jogo, ou sei lá. Pelo menos é bem melhor que as artworks dos personagens de Final Fantasy VI com aquelas imagens horríveis, né?

Calma, nenhum chocobo se feriu na produção deste game 


Acho que se eu fosse destacar a melhor parte deste jogo, com certeza seria o sistema de evolução de jobs. São, ao todo, 20 jobs diferentes que você pode utilizar em qualquer personagem do jogo. Vai desde Knights, Wizards, Priests ou Monks. Mas, ao iniciar o jogo você só terá duas jobs, Squire e Chemist, Squire é a job mais básica de todas e Chemist é a job que utiliza itens como principal habilidade. Que foi? Achou que o jogo iria começar e você iria ter todas as 20 jobs à seu favor? É aí que fica mais divertido, porque, passando certas jobs de level, você libera outras. Por exemplo, para poder ter a job Knight, é necessário que o personagem já tenha a job Squire no Level 2. A parte legal é que as jobs também passam de level, enquanto o personagem também passa. Você pode estar no level 100 e ser level 1 de job. E isso é divertido, principalmente a forma como você vai liberando jobs enquanto experimenta outras. 

Sabe o que esse sistema de jobs me lembra? Final Fantasy III de NES e Final Fantasy V de SNES. 

Além de que as técnicas são liberadas com os JP (Job Points). Cada job tem suas específicas técnicas, os Wizards fazem magias negras, as Priests usam magias de cura, os Knights usam golpes com espada que quebram a armadura do oponente, etc. Tendo uma vasta gama de técnicas diferentes, é necessário que você as consiga juntando JP, porque, cada uma tem seu valor JP, ou seja, logicamente aquele poder mais fraco vai ser habilitado com pouco JP, já aquele mais forte necessitará de mais. Além de que existem quatro tipos de técnicas: Ação, Reação, Suporte e Movimentação. Você vai entender melhor esses quatro aqui no Final Fantasy Brasil, lá eles explicam tudo direitinho. O que é? Isso aqui é uma resenha, não um tutorial ou detonado, estou aqui para opinar, não para ficar explicando tudo. 

E esse sistema de evolução me dá um baita tesão libidinal se querem saber. Ficar repetindo batalhas aleatórias nunca foi tão divertido. Eu ficava treinando como se isso fosse tão excitante quanto jogar as batalhas da história principal. Cara, quantos RPG's fazem isso? Na moral. É interessante já que nós temos uma vasta gama de diferentes formas de moldar nosso exército de subordinados com as técnicas e jobs que nós quisermos. Fora que eu até me esqueci de dizer que é possível misturar as técnicas das jobs em qualquer personagem. "Hã? Como assim Evans?", é poder colocar, por exemplo, uma técnica de Priest em um Wizard, ou seja, no fundo, é como se você pudesse por duas jobs em apenas um carinha! Minha Priest tinha técnicas de magia de cura (Obviamente), mas, ela também tinha técnicas de Time Mage e Summoner, sacaram? Não dá para explicar isso aqui em um texto, jogando vocês vão sacar melhor do que estou falando. 

O jogo também tem um sistema chamado "Brave e Faith", que serve para unificar as qualidades de cada personagem. Se ele tiver um brave maior, será melhor em golpes físicos, se ele tiver um faith maior, será melhor em magias. Eu nem sabia disso quando comecei a jogar este jogo, ah como eu me ferrei... Porque isso faz toda a diferença, pensa só colocar a job Wizard em um personagem de faith baixa. Mas, chega a ser legal este conceito, se pensarmos bem, nos ajuda a aproveitar a qualidade de cada subordinado nosso. 

Sim, neste jogo nós temos um pequeno exercito de no máximo 16 soldados dos quais a gente personaliza da forma que quiser (Com o sistema de evolução). Daí você pensa "Nossa, imagina coloca-los todos para lutar!", bom, não é bem assim que funciona. Na verdade você só pode usar no máximo cinco soldados à cada batalha, porque né, seria muito fácil usar vários soldados para aniquilar um exército de apenas cinco ou seis. 

As batalhas funcionam em turnos, como qualquer outro Final Fantasy anterior à esse. E o jogo realmente te faz desenvolver um senso de estratégia, tudo ao redor influencia o poder do ataque ou a forma como ele será feito. Há técnicas que necessitam do relevo amplo do cenário, porque ele não é reto, tem locais mais altos e locais mais baixo. Como, por exemplo, o Earth Slash que é um golpe de Monk que é feito em linha reta e necessita de chão sem muito relevo, se tentar acertar alguém que está no alto de uma casa com este golpe, ele não vai pegar. O jogador passa a utilizar o cenário à seu favor para efetuar certas ações. Um outro exemplo disso é sempre deixar seu arqueiro no local mais alto para ele poder acertar qualquer inimigo abaixo. 

Há uma job chamada Geomancer que requer 100% da ajuda do cenário em que está, pois, seus golpes envolvem forças da natureza, então se você for enfrentar algum deles na água, torça que eles não tenham nenhum poder sobre ela. 

E não é só o cenário que influencia as chances de certas ações dos personagens, também há a questão dos equipamentos, do tipo de inimigo que você enfrenta, etc. E o próprio jogo tenta dificultar as coisas em certos cenários que contém armadilhas ou pântanos que envenenam quem entra na água. Lógico que os personagens também podem ser atacados recebendo status negativos ou positivos. Logo, isso não é um Shining Force que te faz lutar apenas contra o inimigo e ignorar as coisas à volta, FFT tem um senso de realidade maior, apesar de que eu nem posso comparar muito os dois, mas, vocês entendem o que eu quero dizer. 

Para realizar batalhas e visitar vilas e castelos, o jogo disponibiliza um mapa... 


Esse é o mapa de Ivalice, imagina ele cheio de pontos que indicam reinos e outros locais ligados entre linhas, é mais ou menos isso o, digamos assim, Open World deste jogo. É divertido andar por aí, a cada local que você passa leva um dia, e é perigoso, já que você pode ser atacado a qualquer momento, dependendo por onde anda. Em cada vila e reino você pode visitar o Bar, o Shop ou o Soldier Office. O Bar e o Soldier Office são meio inúteis para falar a verdade. O Bar só serve para saber de rumores, fazer umas missões que requerem que você ande pelo mapa sem necessidade de lutar e ter informações sobre o jogo, então você, provavelmente, não vai visitar muito ele, eu não visitava. O Soldier Office só serve para conseguir novos soldados para seu esquadrão, porém, eles aparecem sempre no level 1, então ele só vai servir no começo do jogo mesmo para você criar melhor seu grupo de soldados, mais tarde se tornará inútil. O Shop é o único que você vai sempre usar, até porque cada loja tem uma exclusividade, enquanto uma é mais focada em equipamentos para magos, arqueiros, etc, a outra já é mais voltada para equipamentos para cavaleiros, monks, etc. As lojas se diferenciam, o que te dá um motivo para explora-las bem. 

Os bosses são tensos, apesar de serem poucos, são tensos. Digo, são tensos, mesmo! Não, espera, na verdade eu me enganei, os bosses são desequilibrados, porque, enquanto um é incrivelmente forte o outro é decepcionantemente fácil. O primeiro boss foi o Quecklain, cujo foi a batalha mais fácil do jogo, bastou eu focar todas as minhas forças de ataque nele que o mesmo já perdeu. O próximo foi o Velius... Esse aí sim é demoníaco, e nos dois sentidos, o cara, além de já ser forte por sí próprio, ainda invoca demônios arcaicos para ajudar ele, foi uma ótima batalha se querem saber. Infelizmente o boss final é uma porcaria e se tornou tão monótono quanto o Quecklain, decepcionante. Então eu sou meio indiferente em relação aos bosses, não sei se digo que são bons ou ruins, essa parte do jogo é mediana. 

Na verdade, tem um ponto realmente negativo neste jogo, apesar de eu apreciar a arte e tudo mais, alguns cenários ficaram mal arquitetados, atrapalhando minha visão sobre certas posições que eu precisava ver. É, foi um saco jogar certas partes do jogo em que o cenário simplesmente não ajudava muito. Ás vezes a treta tava rolando à solta, mas, porque os caras deixaram uma arvore ou qualquer coisa na frente, ficava difícil enxergar qualquer coisa. E mesmo que eu girasse o cenário, nenhum ângulo ficava decente, daí eu pergunto, como pode? É, nem tudo é perfeito, né?

Não foi composto por Nobuo Uematsu, mas, tá a altura 


Eu fiquei muito impressionado quando descobri que o Uematsu não trabalhou na produção das músicas deste jogo, pois elas eram tão boas... Nem acreditei que foi obra de Hitoshi Sakimoto, um ex-membro da Quest, que estava mandando tão bem como novato. Apesar de preferir o Uematsu, Sakimoto também consegue desenvolver um lado mais orquestrados nas músicas de Final Fantasy Tactics. As músicas deste jogo são quase todas orquestradas, que inclusive ficaram ótimas. Uma das músicas que tocam durante as batalhas aleatórias é simplesmente épica, me inspirava sempre que iria jogar. A música tema do personagem Ramza também é muito bonita, e expressa bem sua personalidade de herói mirim confuso. A música que toca na abertura também é épica. Na verdade, eu acho que a palavra "épica" consegue definir bem a trilha sonora deste jogo. Como vocês sabem que eu não sou bom para falar de trilhas sonoras então não vou ficar enrolando demais, vou deixar umas músicas que mostram bem a qualidade sonora do jogo. 

Considerações Finais 


Já ficou claro que Final Fantasy Tactics é um jogo perfeito e um dos melhores título da franquia Final Fantasy. Eu estava preocupado na hora de escrever está review, pois, não queria ser muito tendencioso, ainda mais porque esse jogo é muito bom, então eu não queria que ficasse "Hey! Hey! Olha esse jogo! Olha! Olha como ele é bom! Olha!", tentei apenas dizer o necessário. Mas, é inegável que Tactics é um ótimo jogo, tem um sistema de evolução que é muito empolgante, várias jobs para se conquistar e um sistema de batalha que é bem desenvolvido em muitos aspectos. Não só a jogabilidade, como temos uma história bem extensa e bem escrita, estilo artístico que remete à identidade clássica da série e uma trilha sonora tão boa quanto á da série principal. Tudo saiu muito bem feito e... Sim, eu amei Final Fantasy Tactics, e se tornou um dos meus jogos preferidos, é claro que ainda vou jogá-lo novamente muitas outras vezes, 
pois, seu fator replay é alto. Não que eu queira ser tendencioso nem nada, mas, o jogo é muito bom e todos devem jogá-lo assim que puderem. 

E a melhor parte é que parece que o pessoal da Quest realmente se esforçou para fazer um jogo que ao menos se encaixe no universo de Final Fantasy. O quê é engraçado, enquanto a série perdia um pouco de sua identidade, outros que chegam de fora aparecem para recupera-lá, chega a soar estranho. O jogo tem tudo que os clássicos FF's tinham, e parece que o mesmo tenta ser um FF, mas, à sua maneira, respeitando a essência. E olha que esse jogo foi algo meio... Experimental. 

Só fico triste da Square não recompensar a sub-série com sequencias à altura. Final Fantasy Tactics Advance é um jogo decente, mas, se compararmos com as qualidades impostas pelo Final Fantasy Tactics, o Advance fica muito inferior. Final Fantasy Tactics A2, bem, este foi o primeiro FFT que eu joguei, e foi por causa deste jogo que eu me desinteressei dessa sub-sério. Então... Sim, FFTA2 também não parece ser lá essas coisas, ainda preciso jogá-lo novamente para ter uma crítica mais construtiva. 

E... É isso aí pessoal, acabo por aqui a review do jogo. Agora vou começar minha review sobre Parasite Eve, não prometo ser rápido porque eu demoro demais para postar aqui no blog, infelizmente. 

História: 10 
Sons: 10 
Jogabilidade: 10 
Gráficos:

Prós: 

Ótimo sistema de evolução 
Batalhas empolgantes 
Uma história que vai prender bem sua atenção 
Direção artística que remete à identidade da série 
Músicas dignas de serem deste jogo 

Contras: 

Alguns cenários foram mal arquitetados 

Nota Final: 9.8 

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