Wario Land 4


Duvido que alguém tenha esperado por isso. Na verdade até eu mesmo me impressionei quando me peguei jogando esse jogo. É sério. Joguei ele quando era mais novo, joguei umas duas fases e parei, por algum motivo me lembrei dele nestes últimos dias e resolvi joga-lo novamente.

Mas a parte engraçada é que eu fiquei incrivelmente surpreendido, quando fui me dar conta, já tinha passado todas as fases do jogo. E sim, gostei muito do jogo Wario Land 4.

Quando comecei a jogar, estava a espera de um jogo que fosse mediano, aquele jogo que não fede nem cheira, sabem? E aconteceu algo inesperado e surpreendente! Esse jogo acima se tornou um dos melhores jogos de Game Boy Advance que eu já joguei. Isso mesmo que você acabou de ler, não saiu nada errado ou fora do lugar, eu simplesmente amei este jogo, e depois de zera-lo, joguei de novo, de tão frenético que foi eu não podia parar a diversão.

O quarto jogo da série Wario Land, que começou lá no Game Boy, se foca no anti-herói da série Mario Bros. Esse é, digamos entre aspas, o "Shadow the Hedgehog" da franquia Mario. Porém, esse jogo não é tão ruim quanto o outro citado. E diferente do que imaginava, ele não tem nada a haver com os jogos do Mario, é realmente diferente da franquia a qual está relacionada, até parece um jogo único completamente distante.

Único elemento relacionado a franquia principal no jogo foram os canos, em que podíamos entrar e explorar mais as fases e tudo mais. Mas fora os canos, temos uma jogabilidade completamente original, mostrando que Wario não será um simples Ctrl C + Ctrl V do Mario, ele é diferente, um personagem muito mais primitivo. E isso faz o jogo ser melhor ainda! Fora que o próprio se transforma em zumbi, morcego e um monte de coisas que vocês podem imaginar.

Wario Land 4 foi lançado no dia 19 de novembro de 2001 para Game Boy Advance, mais tarde lançado para Nintendo 3DS e Wii U. É um jogo 2D de plataforma, desenvolvido pela Nintendo R&D1, a mesma que produziu Super Metroid.

Tio Patinhas encontrou um outro amigo ganancioso 

Isso... Isso..... ISSO!!!!!

A maioria deve saber que os jogos do Mario consistem em histórias simples, com nada muito surpreendente, repetindo sempre as mesmas fórmulas em todos seus jogos. Bowser sequestra Peach, Mario e Luigi salvam ela, Bowser sequestra Peach... E assim vai. Apesar de tudo, é normal as pessoas não ligarem tanto para suas histórias, é completamente comum elas não serem nada de mais. Nesse jogo, Wario fica rico, de novo, e parece que seu único objetivo é continuar ficando rico. O que eu acho perfeito para um personagem como ele, afinal, um antí-herói necessita de objetivos nada "bonzinhos", e sim, algo mais egocêntrico, mais voltado a si mesmo, isso é uma característica de personagens assim.

Há muitos anos atrás (eu acho), existia uma pirâmide chamada "Golden Pyramid" (sim eu sei, é um nome bem sem graça), cujo era reinada pela princesa Shokora, uma mina com cabelo rosa. Porém, uma louca mulher sinistra voadora, conhecida como Golden Diva, joga uma maldição na princesa, a transformando em uma gata preta. A gata foi expulsa da Golden Pyramid e foi viver com os seres humanos, se tornando uma gata de rua. Mais tarde, a pirâmide foi descoberta por alguns arqueólogos, muitos tentaram pegar seu tesouro, mas por conta dos perigos, ninguém conseguiram. Após sua descoberta, a pirâmide desapareceu (?). E ninguém conseguia acha-la novamente. 

Em uma simples manhã, enquanto Wario tomava seu cafézinho, leu no jornal um artigo que falava de uma pirâmide lendária que havia sido descoberta dentro das selvas. E lógico que Wario queria o tesouro que
existia la dentro. Então assim ele vai em busca dessa pirâmide, no caminho enquanto passava por uma rua com seu carro luxuoso, cruza-se com uma gata preta que fica em seu caminho. A gata lê o jornal que cai do carro, e após ler vai atrás de Wario. Afinal, nem fazemos ideia de quem ela seja né?... Enfim, Wario encontra essa pirâmide junto a essa gata preta. Ao entrar lá, ele descobre que precisa derrotar o vilão de cada passagem da pirâmide para poder encontrar seu maior tesouro. Assim começa a nossa aventura com Wario em busca de seus tesouros e os mistérios existentes na Golden Pyramid.

A história é exatamente o que eu disse no começo, bem simples, nada que de nó no nosso cérebro. Se eu gosto dela? Pode-se dizer que sim, mas só um pouco, sinceramente, acho a história razoável. Gosto do Wario, ele é um ótimo antagonista fazendo papel de protagonista. A história em si também é interessante, não há muito o que comentar, é apenas ok. O que mais a torna um destaque é sua aproximidade com o personagem, o deixando (novamente falando nisso) bem distante do
Mario, mas ao mesmo tempo próximo. Não posso dizer muito sobre esse lance aí, pois estaria dando spoilers em relação ao que acontece mais para o final. Mas olhem bem, Mario faz o que faz para salvar o reino em que vive, Wario faz o que faz apenas para ficar mais rico, porém, os dois encontram a mesma recompensa no final de suas aventuras... O que será?

Jogue e descubra.

O que vocês acham de um platforming mais bruto? 


Como eu disse anteriormente, isso é um jogo de plataforma em 2D. Bem vejamos... O D-pad controla Wario, A pula, B ele ataca seus inimigos dando uma espécie de investida, ao pular e apertar para baixo, ele cai sentado usando seu peso (técnica semelhante a do Mickey no Castle of Illusion). Wario pode agarrar itens e inimigos, dando a liberdade de joga-los para qualquer direção, seja um lançamento forte ou fraco, criando uma interação maior com o cenário. Em descidas, ao apertar para baixo, Wario pode sair rolando, passando por passagens mais pequenas. Se você correr e segurar R, ele sai correndo bem rápido, destruindo tudo que vem pela frente (Tipo no Super Metroid). 



No jogo temos um Hub World que é a própria Golden Pyramid, lá temos cinco passagens: Entry Passage
(Essa é apenas para treinamento), Emerald Passage, Sapphire Passage, Ruby Passage, Topaz Passage e Golden Pyramid (Última passagem, só aberta após passar todas as outras).

Cada passagem, com exceção a primeira e a última, contém quatro fases e todas tem um boss. Para passar de fase é necessário ir até o final dela, apertar um interruptor com cara de sapo, e depois voltar. Nesse "voltar" terá um tempo, caso você o deixe acabar perderá o dinheiro que conseguiu nessa fase e posteriormente morrerá. Porém, você só poderá acessar a próxima fase da passagem se encontrar a key, que é um bicho estranho com uma chave na cara. Depois de passar as quatro fases da passagem vem o boss, para acessar sua sala você precisa encontrar quatro pedras que abrem sua porta. Ou seja, durante as quatro fases de cada passagem você terá que encontrar em cada uma, uma dessas pedras para enfrentar o boss, porém, em cada fase elas estão divididas em quatro partes, estão dentro de baús e você tem encontrar todos. 

Sim, você se lasca legal para encontrar as pedras e as keys durante as fases. 
 
O jogo pode parecer chato por conta da exploração obrigatória, mas isso é apenas uma impressão que se passa batida. O jogo é incrível, as fases tem um level design muito bem explorativo e cheio de enigmas. Cada fase tem um estilo próprio e desafios diferentes, você nunca enjoa deste jogo e este é um dos principais motivos, primeiro porque nada é previsível, e segundo porque sempre teremos algo novo a experimentar. Por exemplo a fase do hotel nós exploramos cada sala dele, nos transformamos em zumbi e até mesmo em morcego. Agora, na fase do vulcão (sim eu não quero me lembrar dos nomes das fases agora), passamos pelas mais divertidas seções de plataforma, e logo ao apertarmos o interruptor, tudo se congela, te deixando se saber o que pode vir pela frente. Isso é simples e mantem o foco do jogador, jogar esperando por coisas novas e se deparar com elas nos deixa ansiosos a ver o que vem pela frente. 

Os controles de Wario são maravilhosos, suas técnicas são simples e fáceis de se executar. Ele é de fato mais bruto, sua investida é leve e causa poderosos danos, e isso é legal. Os inimigos também dão mais variedades as técnicas do Wario, pelo simples fato de cada inimigo ter seu modo de ser derrotado. Por exemplo, alguns só são derrotados com a investida, mas se você a usa-la em outros, perderá facilmente vida. Ou seja, no caso desses será necessário pular em cima e cair esmagando. Logo, não mataremos qualquer um usando sempre a mesma técnica, o jogo te fará aproveitar ao máximo tudo que Wario pode fazer. 

Ta, não leve isso tão a sério se você pensou outra coisa. 

O jogo também tem alguns desafios de platforming que são bem diferentes e não costumam aparecer na maioria dos jogos. Por exemplo o fantasma que aparece em uma fase de terror aí, ele surge de vez em quando e quando aparece você fica naquela "Mano, saporra pode fazer algo a qualquer momento". E ele não faz nada, o que pode entediar o jogador se ele estiver esperando por desafios, mas quando voltamos com a chave, o desgraçado fica tentando pegar ela e fugir, o que não é ameaçador, mas se perdermos muito tempo não passaremos de fase, logo, aquele fantasma se torna o pior inimigo da fase sem encostar um se quer dedo em Wario. Isso é para mim algo diferente que torna o jogo ainda mais legal. 

Ah sim, eu quase ia me esquecendo de falar do tempo que temos para terminar a fase. E sim, botar um tempo pequeno para terminarmos uma fase é uma ideia patética e estúpida para tentar dificultar um jogo, acaba com a exploração. Porém, Wario Land 4 foge desta realidade. O tempo só começa a rolar na hora de voltar para o começo da fase, ou seja, você andará por lugares que já passou, logo, o que tinha que explorar você já explorou. Porém, em todas as fases nós temos paredes e passagens que só se abrem se você apertar o interruptor, o que torna o jogo mais divertido ainda, porque apesar do tempo encher o saco, isso cria uma relação divertida entre quem joga e o cenário, dando uma sensação de mistério e a necessidade de mais exploração. Fora que algumas fases mudam a temática e o ambiente da fase, e isso também é muito legal. 

Em Wario Land 4, Wario se transforma em morcego, zumbi e até fica imensamente gordo, e muitas outras seções de plataforma e puzzles são criadas a partir do uso dessas transformações. Sim, eu também gostei disso. Por exemplo, tem uma fase que as abelhas picam Wario e ele fica com o rosto inchado e sai flutuando. Isso não causa dano, mas é obrigatório o uso para acessar locais onde se encontram as key itens. 

Contudo, erros na jogabilidade foram previstos. Eu não gostei muito da exploração obrigatória, se não pegássemos todas as quatro peças (que estão dividas em quatro em cada fase) não enfrentaremos o chefe, e isso é chato cara, eu não quero ter que jogar novamente uma fase só porque não encontrei uma pecinha de quebra-cabeça. Fora que o único item que encontramos nas fases é um CD (eu acho que é um) e é o único item que não se é obrigatório conseguir. Mas o jogo é tão divertido que a gente o joga várias vezes por pura diversão, porque se fosse pela exploração não teria muito o que fazer. 

Fora aquela fase sem graça de pinball, aquelas partes em que tínhamos que atirar uma bola dentro dos buraco era um verdadeiro saco. Você joga Wario Land e se acostuma com a jogabilidade bruta e com as seções simples e divertidas de platforming, jogar aquilo é um verdadeiro tédio. 

Os bosses são super divertidos de se enfrentarem, gosto de cada um deles, todos eles tem uma maneira diferente de serem derrotados e nos fazem criar várias estratégias para vencermos as batalhas. Wario, por ser um personagem mais forte e briguento, os bosses combinam perfeitamente com ele. Alguns recebem danos quando atiramos algo neles, outros quando caímos em cima, e outros simplesmente quando usamos
uma simples investida, porém, os padrões de ataque da cada boss muda dependendo da situação da batalha. Tem até um boss que é um relógio cuco gigante, e depois de apanhar muito, se quebra e sai uma águia escrota dele e a batalha muda completamente, isso é legal porque aumenta ainda mais as estratégias criadas já que nessas horas os padrões mudam completamente. Porém, eu não gostei de terem colocado tempo nos bosses também, achei interessante os tesouros irem embora quando ele estivesse acabando, mas não gostei do fato de morrer devido o término dele. Outra maneira estúpida de dificultar um jogo. Mas fora o tempo, os bosses são 10!

No final das contas vimos que Wario Land 4 tem uma incrível jogabilidade que apesar de ter poucos erros é ainda perfeita e tem um estilo próprio que caracteriza ainda mais o Wario em seu próprio jogo. E sim, esse jogo se tornou o melhor de Game Boy Advance que joguei principalmente pela jogabilidade que é maravilhosa. Mais pessoas deviam ter jogado isso, só digo isso!

Dependendo do quanto de tesouro você conseguiu até o fim do jogo, a princesa Shokora pode assumir várias formas diferentes. 


Arte cativante! 


A arte usada no jogo é bem... Diferente da que vemos normalmente nos jogos do Mario. Mas a questão é que isso que Shadow the Hedgehog e Wario Land 4 tem em comum, os dois tentam ao máximo se diferenciar do personagem protagonista da série. Apesar de tudo, Shadow the Hedgehog, mesmo com armas e cenários que simplesmente não tem nada a haver com Sonic, aquilo não é exatamente um jogo do Sonic, e sim do Shadow, essa é a diferença. Os jogos da série Wario Land fazem a mesma coisa em relação aos jogos normais do Mario. Mas isso não significa que todos os cenários são completamente "EU SOU DIFERENTE OLHA OLHA!", não, entendam que até os antí-heróis tem fases mais... Bonitinhas e um pouco semelhantes a série original, porque afinal, se diferenciar demais pode acabar com a essência de um jogo. Mas acima de tudo, o jogo tem uma arte decente, o gráficos são naturais e utilizam bem a capacidade do Game Boy Advance, alguns cenários tem fundos lindos, apesar de eu não gostar de outros que são apenas uma imagem chapada de qualquer jeito. O resto é ok. As cores no jogo costumam serem fortes, não que seja aquela coisa toda colorida nem nada, mas são cores que se exaltam e deixam o jogo com uma ótima cara. Enfim, os gráficos são apenas ok, não são aquela coisa toda, mas são decentes, dou destaques aos detalhes que há em algumas texturas e objetos. 

Trilha sonora um pouco... Medonha. 


Essa música consegue resumir a trilha inteira do jogo. Ela é bem... Diferente. As músicas são boas e como todo jogo da Nintendo, expressa bem o ambiente. Mas a trilha de Wario Land 4 merece uma atenção especial, eu nem sei porque para falar a verdade, nem tenho muito o que dizer. Mas as músicas do jogo são em parte medonhas ou pesadinhas. 

Considerações Finais 


Jogo incrível! Impecável! Uma verdadeira Masterpiece! Wario Land 4 é sem dúvidas um dos melhores jogos da franquia Mario Bros e do Game Boy Advance. Fato, muitos jogos de plataforma precisam aprender com esse jogo, a criarem verdadeiras seções de platforming, puzzles, desafios divertidos, bosses legais de se enfrentar e controles simples, úteis e precisos. Sem falar da trilha sonora, história e arte que caracterizam ainda mais o jogo. Gostei tanto de jogar isso aí que zerei duas vezes seguidas, e ainda joguei mais no modo hard em poucos dias, e sabe por que? Porque é divertido ora essa! E se eu tivesse que aconselhar um jogo de plataforma para alguém nos dias de hoje, com certeza diria "Hey, jogue Wario Land 4 bitch!". Mas o que se pode esperar? A Nintendo sempre soube como cuidar bem de seus personagens. Bem até demais. Fora que a R&D1 é uma ótima desenvolvedora de jogos e produziu maravilhas como Super Metroid. Mas eu fico triste por ver que o jogo não recebeu muita atenção, o que é compreensível, sub-séries de personagens secundários geralmente não recebem muita atenção. Anyway, Wario Land 4 é completamente foda! Parabéns Nintendo, por ter conseguido mais um grande feito. 

História:
Sons:
Gráficos:
Jogabilidade: 10 

Prós: 
Controles simples e precisos 
O level design é muito bom 
Os inimigos e bosses são os melhores de se enfrentar 
Sim, eu gosto daquela história 
Os gráficos são decentes 
Visualmente o jogo é bonito 
Ótimas seções de plataforma  

Contras: 
Aquela fase de pinball é uma chatice 
Exploração obrigatória na maior parte das fases 

Nota Final: 9.5 

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